A escolha, quase sempre, leva em conta o fator financeiro. Mas não só. Há quem prefira ficar com os pés bem mais perto da terra. ´Acho mais seguro morar no primeiro andar e se faltar energia não tem problema com o elevador`, ressaltou a funcionária pública, Enice Monteiro, 52 anos.
Mas, afinal, que tipo de segurança oferecem os prédios altos? A presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Vitória Andrade, chama a atenção para a manutenção dos arranha-céus nas próximas décadas. ´Daqui a 20 ou 30 anos como estarão esses prédios e como será feita a manutenção? O Holliday, por exemplo, na década de 1970 era considerado moderníssimo e hoje é um problema`, ressaltou.
A engenharia pernambucana não é a mesma dos últimos 40 anos, segundo o engenheiro e coordenador de obras da construtora Moura Dubeux, Roberto Cardoso, pós-graduado em tecnologia e gestão na construção de edifícios, as mudanças no processo construtivo começam desde a fundação. ´Nosso solo é muito heterogêneo. Muitas vezes em um mesmo terreno encontramos diferentes tipos de solo, que vão interferir diretamente na estrutura do projeto. Hoje são feitos muito mais testes que antes`, afirmou. Prédios mais altos enfrentam cargas de ventos maiores. ´São feitos testes em um túnel para medir a resistência do material, desde as pastilhas usadas na fachada até o tipo de esquadrias`, explicou o engenheiro.
Outro ponto importante são as instalações hidráulicas. Quanto mais alto o prédio, maior é a pressão da água na tubulação. Segundo o engenheiro Roberto Cardoso, a tendência da localização da caixa d'água em prédios muito altos é ficar no piso e não mais no topo da estrutura. ´O impacto de uma caixa em cima de um prédio é muito grande. Hoje já existe tecnologia com um sistema de sequência de bombas que pode fornecer água para os pavimentos superiores da caixa no térreo. Já temos dois projetos com essa tecnologia`, afirmou. Nem todas as novidades estão em prática. No caso dos três maiores prédios do Recife,as caixas d'água ainda são nos pavimentos superiores.
Fonte: diariodepernambuco.com
Por Leticia Andrade
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