Debora Lorenzo, da Central de Intercâmbio (CI), diz que a maior procura é dos alunos estão que estão no segundo ano do ensino médio, porque no terceiro a atenção está mais voltada ao vestibular. "Neste período [segundo ano], o estudante tem pouco compromisso e tem mais condições de fazer a imersão completa no programa", diz.
O aluno cursa as matérias propostas na grade curricular do país. Caso não atenda as exigidas pelo Ministério da Educação, tem de fazer um teste de equivalência na escola onde estuda na volta ao Brasil.
As regras variam de acordo com a escola, país e programa. Há os que exigem que o estudante já tenha um nível de inglês entre intermediário e avançado. Outros oferecem cursos rápidos de idioma antes do estudante começar a frequentar as aulas. Os preços também mudam de um país para outro. Os programas mais caros, geralmente, incluem ajuda de custo às famílias que recebem os intercambistas.
Debora Lorenzo afirma que apesar dos primeiros meses serem mais difíceis por causa da adaptação e das saudades que jovens sentem de casa, é muito raro eles voltarem para o Brasil sem concluir o programa. "Em alguns casos, o menino viaja mas este nunca foi o seu sonho, mas dos seus pais. Ele vai na correnteza. Esse é o tipo de menino que não consegue ficar."
Confira o levantamento feito pelo G1 que traz informações sobre visto, hospedagem, trabalho de preços dos programas de high school nos dez destinos mais procurados pelos brasileiros:
'Para sempre'
Sarah Speers Mungioli, de 17 anos, ficou seis meses em Burlington, no Canadá, no ano passado, para cursar um semestre do segundo ano do ensino médio. Morou na casa de um família, na qual a mãe é mexicana e o pai canandense. Estudava em período integral, mas aos finais de semanas foi passear em Montreal, Quebec e Toronto.
"Sempre quis fazer intercâmbio, mas tinha medo de não conseguir me adaptar, das pessoas não gostarem de mim. Mas foi muito bom, foram os melhores seis meses da minha vida. Vou lembrar desta experiência para sempre", afirma.
Quando voltou ao Brasil, teve de fazer trabalhos de matemática e português exigidos pela escola para validar a experiência no exterior na grade curricular.
O prazer por viajar de Sarah vem de berço. Sua mãe, a professora Vera Toledo Speers, de 54 anos, estudou na Inglaterra enquanto cursava letras pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo, e durante o intercâmbio de Sarah aproveitou para fazer um curso de francês em Montreal. "Foi uma experiência ótima porque morei com uma senhora e aprendi sobre hábitos e comidas do país. Tive um olhar diferente do turista."
Receptividade
Quando tinha 15 anos e estava no primeiro ano do ensino médio, Luciana Hammerat Ribeiro, hoje com 20 anos, estudou seis meses em Oakland, na Nova Zelândia.
Estava em busca de viver novas experiências, conhecer pessoas e culturas, além de treinar o inglês. Luciana escolheu a Nova Zelândia porque queria um destino mais exótico, diferente dos tradicionais.
"Fiquei apaixonada pela Nova Zelândia, lá a vida é tranquila. Todos foram receptivos comigo e queriam saber da cultura do Brasil. Queria conhecer como era a vida em outro lugar e foi uma ótima experiência. O crescimento pessoal é muito grande e eu faria tudo de novo", diz Luciana, que cursa o segundo ano de psicologia.
Além de desfrutar do inglês que aperfeiçou durante o intercâmbio, Luciana também preserva as amizades que fez durante o intercâmbio. Em julho deste ano, a universitária recebeu a visita de Jade, de 18 anos, a "irmã" da Nova Zelândia que veio conhecer o Brasil e matar as saudades da "irmã" brasileira.Fonte: globo.com