Um dos sucessos de venda para o Dia das Crianças está causando polêmica entre pais e educadores. Um brinquedo que imita o carro blindado da Polícia Militar, conhecido como caveirão, pode ser encontrado em uma loja de Bangu, na Zona Oeste, e na Saara, no Centro da cidade.
O carro acompanha dois bonecos fardados como policiais e duas armas de brinquedo. Segundo vendedores, estão sendo vendidos, em média, cerca de cinco brinquedos por dia.
Apesar do sucesso de vendas, muitos pais não concordam com o presente.
— Existem outras coisas mais saudáveis, como uma bola ou um outro carrinho qualquer. O caveirão não tem uma boa visão dentro da comunidade. Não daria de presente — afirma o porteiro José Luiz Ferreira.
Já o estudante Jardel Antunes, de 39 anos, não acredita que o caveirão de brinquedo incite a violência.
— Acho que, se a criança tem educação em casa, não é um brinquedo que vai estimular que ela seja violenta — diz.
O psiquiatra chefe do Serviço Infanto-juvenil de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, Dr. Fábio Barbirato, considera um absurdo a criação de um brinquedo como o caveirão. Segundo ele, o produto é uma analogia à guerra.
— Vivemos em um momento de combate à violência e cria-se um brinquedo como este, que só faz estimular mais ainda. A criança não sabe o que é certo ou errado. É totalmente incoerente.
Apesar da polêmica, o diretor do fabricante Roma Jansen, Marcos Jansen, conta que o sucesso começou quando o caveirão ainda era um protótipo.
— Eu e meus irmãos gerenciamos a empresa. Na infância, fazíamos carrinhos de madeira e lata. Quando vimos o caveirão, nos despertou essa ideia.
Ainda segundo o diretor da empresa, o lote produzido para durar até o fim deste ano foi vendido em apenas dez dias em todo o Brasil. A empresa já pensa em exportar o produto para outros países.
Fonte: Extra Online.