Profissionais do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, afirmam ter desenvolvido robôs capazes de se esconder de outros robôs e enganar seres humanos. Basicamente o que eles fizeram foi programá-los para se esconderem, deixando pistas falsas para quem tentar procurá-los.
O filme Transformers , inspirado no desenho animado dos anos 80 de mesmo título, conta a saga de robôs que se transformam em carros, caminhões, veículos aéreos e vários outros itens, com o intuito de se disfarçar dentre os humanos.
Os vilões da trama são autômatos chamados de Decepticons , justamente em uma analogia á variante inglesa ‘decieve’, que significa ‘enganar’.
Segundo o site The Register , os autores do projeto reconhecem que podem existir implicações éticas relacionadas à criação de robôs com essa propriedade.
“Temos essa preocupação desde o início e entendemos que existem aspectos benéficos e maléficos”, diz Ronald Arkin, professor de Computação Interativa no Instituto de Tecnologia de Geórgia.
O engenheiro Alan Wagner, que também participou do estudo, afirma que os robôs raramente usarão essa capacidade, mas considera se tratar de uma ferramenta importante.
“Os robôs que reconhecerem a necessidade de enganar seus adversários possuem vantagens” – diz Wagner, talvez se referindo a artefatos militares.
Em testes envolvendo dois androides, um que tentava se esconder e outro que o procurava, o caçador foi enganado em 75% das tentativas.
O robô mentiroso passava por uma região com sensores preposicionados, mudando seus sinais no meio do trajeto através do sistema de comunicação que os conecta, deixando um rastro falso.
A astúcia dos ‘decepto-bots’ os fez estabelecer pistas falsas, desviando a direção dos sensores, criando rotas diferentes da utilizada.
A parte que assusta foi justamente a que deu maior orgulho a Arkin. O professor afirma que sua equipe desenvolveu algoritmos que permitem que um robô determine se também deve enganar um ser humano ou outros seres inteligentes.
“Criamos técnicas que ajudam o robô selecionar a melhor estratégia enganosa de reduzir a sua chance de ser descoberto, inclusive por humanos”, exalta Arkin.
De acordo com o documento que explica o projeto, os autômatos podem utilizar seus sensores externos, como infravermelho e câmera, para identificar seus inimigos.
O estudioso defende a discussão sobre uma regulamentação de robôs capazes de enganar, que deve ser utilizada na construção de sistemas semelhantes.
Ainda conforme o documento, robôs assim podem possuir uma interface de acesso à internet e ser configurados para controlar uma residência automatizada. O que poderia acontecer se estes pequenos trapaceiros percebessem que uma casa assim pode ser usada para enganar seres humanos? Até onde iria sua inteligência artificial?
Alguém deve impedir que a equipe da Geórgia mantenha contato com Kevin Warwick, professor do Departamento de Cibernética da University of Reading, que criou em outubro do ano passado robôs que podem aprender a se locomover sozinhos após implante de tecido humano . O resultado dessa união poderia ser – ainda mais – desastroso.
Fonte: Yahoo! Notícias