É que algumas delas viveram um pesadelo no ambiente de trabalho: foram vítimas de violência sexual na hora do expediente.
O agressor é o mesmo: Ele primeiro se faz passar por cliente e depois, mostrando um revólver, estupra cabeleireiras e manicures.
A proprietária de um salão de beleza que funcionava em uma pequena sala de uma esquina do bairro de Casa Amarela, decidiu se mudar do local depois de ter sido vítima de um maníaco.
Antes de ser assaltada e violentada, ela atendeu o criminoso, que se passou por cliente. “Quando eu cheguei, em seguida ele chegou, ele já tinha vindo dois dias antes como cliente, cortou o cabelo, fez a unha, tratou a gente superbem”, conta a dona do salão.
Ao retornar, o agressor rendeu não apenas a dona do salão, como também uma funcionária. “Ele me pediu um copo de água, e, quando eu fui buscar e me virei, ele já estava atrás de mim, com a arma. Na hora, eu gritei, ele disse que não era para gritar. Quando eu gritei, a manicure correu, e ele botou nós duas lá dentro. Voltou, fechou o salão e voltou com revolver sempre na minha cabeça. Ele esfregou o revólver no meu rosto, para me mostrar que era de verdade para não gritar e não fazer palhaçada nenhuma. Se eu fizesse, com certeza ele iria me matar, pois não estava de brincadeira”, diz.
Os momentos de terror continuaram por mais vinte minutos, tempo que o bandido passou com as duas mulheres.
“Em seguida, ele mandou a gente tirar a roupa, a gente tirou, ele disse que era para tirar tudo. Quando a gente tirou a calcinha, ele chegou com um pano. Pegou a toalha, fez tipo uma bola, mandou a gente abrir a boca e colocou na nossa boca. Amarrou e mandou botar os braços para trás, amarrou também e me jogou no chão, de joelho, cheirando a parede. Ele disse que, se virasse qualquer coisa, atiraria, sempre ameaçando e sempre dizendo que ia atirar na minha cabeça. Me levantou de costas e foi na hora que ele fez o estupro, fez sexo anal. No momento em que ele tava fazendo, ele perguntou se eu estava chorando. eu balancei a cabeça, porque ele disse: ‘se você estiver chorando, eu atiro em você’. Foi horrível”, afirma.
Depois de violentar a dona do salão, o maníaco fez ameaças. “Depois que fez isso, ele passou uns dez minutos ainda catando mais coisas dentro do salão. E ainda ele falava: ‘Reze para não chegar ninguém, porque senão eu atiro na sua cabeça’”, conta.
Poucas semanas antes, no bairro do Espinheiro, outra mulher foi vítima do mesmo estuprador e, de novo, o cenário foi um salão de beleza.
A cabeleireira conta que foi agredida pelo homem e que ele depois partiu para cima da única funcionária dela que estava no local. “Ele me deu uma nota de 50 e perguntou a quem pagava. Eu peguei e, quando eu fui trocar, ele já veio com a manicure, com a arma na cabeça dela, na cozinha e anunciou o assalto. Prendeu a gente num determinado local e ficou o tempo todo aterrorizando, que ia assaltar. Eu dizia sempre que levasse o que quiser, mas que não mexesse com a gente. E ele muito agressivo, o tempo todo agressivo, batia muito. De repente, ele afastou essa funcionária. E eu pensei que ele estava na parte da frente do salão. No entanto, ele tinha levado para a parte de trás. Não escutei nenhum barulho. Depois ele vinha e voltava várias vezes e batia na porta que a gente estava trancada. Ele violentou com a arma na cabeça dela, o tempo todo botava a arma na boca dela, e dizia que iria fazer com ela viva ou morta”, conta.
De acordo com a polícia, o maníaco vem agindo sempre da mesma maneira. Ele liga para o salão, marca uma hora, é atendido e aproveita para conhecer a rotina do local e das funcionárias.
No dia seguinte, ele volta no mesmo salão, mas desta vez para roubar e estuprar. Ao todo, seis vítimas já procuraram a delegacia para denunciar o criminoso e ajudar a polícia a confeccionar um retrato-falado.
O suspeito revelado na imagem produzida pelos peritos criminais é muito parecido com um rapaz acusado de assaltar lojas no bairro do Espinheiro, que foi preso há uma semana. Entretanto, existem diferenças. O estuprador é mais velho, teria entre 35 e 40 anos, com uma altura de aproximadamente 1,70 metro. É moreno e calvo com cabelos grisalhos. Às vezes, usa óculos de grau e chega ao local onde comete os crimes numa bicicleta vermelha.
“Eu entendo que ele seja um criminoso em série. Ele utiliza o mesmo modus operandi, sempre age dessa forma. Ele tem dado o nome de Carlos e sempre procura utilizar os serviços de manicure e pedicure. Eu vejo já como uma assinatura do crime”, afirma a delegada Silvana Karla
Enquanto o agressor não é preso, as vítimas continuam apavoradas e com medo de que outras mulheres sejam estupradas. “A gente não consegue dormir ao imaginar que esse crápula está solto, podendo fazer outras vítimas. Hoje eu não consigo dormir”, diz uma delas.
De acordo com a Polícia Militar, o policiamento nas áreas comerciais dos bairros de Casa Amarela e Espinheiro — onde ocorreram os estupros — é feito 24 horas com carros e motos.
O serviço de inteligência da PM já está sabendo do caso e fazendo buscas para tentar capturar o suspeito.
As denúncias podem ser feitas pelos números 3181-3520 ou 3181-3535. Quem tiver alguma informação sobre o suspeito também pode ligar para o Disque-Denúncia pelo telefone 3421-9595. Não é necessário se identificar.
RECOMENDAÇÕES DA POLÍCIA
A gestora do Departamento da Polícia da Mulher na capital pernambucana, Lenize Valetim , enumera algumas dicas de segurança que podem evitar a ocorrência de crimes como este.
“De forma geral, é importante que as pessoas que trabalhem nesse ramo adotem a postura de ter câmeras no local e até mesmo um segurança, que possa de certa forma representar uma figura a mais, e evitar deixar funcionários sozinhos durante o expediente e até mesmo utilizar um cadastro para clientes novos com número de telefone e de identidade, data de nascimento”, afirma a delegada.
Fonte:PE360graus
Por Alana Oliver
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