Náuseas durante passeios de carro, vomitos em viagens de avião ou até mal-estar em elevador. Esses episódios são vistos, com frequência, como sintomas bobos e incomodos, mas a causa pode ser mais grave do que parece.
Entre tantas justificativas para esses sintomas, a que está mais relacionada ao desconforto gerado pela movimentação tem exatamente a causa descrita no nome.
A doença do movimento ou cinetose é uma disfunção do labirinto - estrutura responsável pelas funções como audição e equilíbrio.
O primeiro passo para pessoas que são acometidas com frequência por vertigens e náuseas e querem solucionar o problema é identificar as causas.
"Existem vários sintomas que podem ser associadas às vertigens e aos problemas de labirinto, genericamente conhecidos como labirintite. A cinetose é uma das explicações para esse distúrbio", afirmou o otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fábio Coelho.
Segundo Coelho, também é necessário diferenciar os sinais de tontura e da vertigem.
Tontura é a sensação de cabeça oca e a pessoa fica meio cambaleando.
Já na vertigem a pessoa sente que tudo está girando a sua volta. É a chamada tontura rotatória, disse, acrescentando que esses sintomas também podem vir associados à sensação de pressão no ouvido.
O especialista destacou que os portadores do distúrbio podem diminuir os sintomas ou até mesmo evita-los desde que mantenham os olhos abertos e foquem um ponto fixo durante as viagens.
"Em trajetos de carro também é recomendado andar na frente e não ler em hipótese nenhuma", afirmou.
A otorrinolaringologista do Hope/Esperança, Savana Goretti, esclareceu que cerca de 2,2% da população é acometida por cinetose e ressaltou que o desconforto pode aparecer na infância ou começar na fase adulta. "Não há regra para o surgimento e por isso é importante ficar atento, especialmente no caso dos pais. Tem crianças que não podem nem ir a um parque infantil que passam mal. Às vezes isso pode ser considerado erroneamente como frescura", afirmou.
Nos casos menos graves, os sintomas podem ser contornados com medicamentos.
Em situações onde o distúrbio afeta atividades ou incomoda com bastante frequência o tratamento recomendado é a reabilitação do labirinto.
Realizada por otorrinos e fonoaudiólogos, a reabilitação pode adaptar o labirinto do portador aos movimentos.
"O procedimento tem o objetivo de diminuir a sensibilidade do órgão", explicou Savana. Não há um prazo estipulado para a conclusão do tratamento, mas, segundo a médica, é possível melhorar o quadro em praticamente todos os casos.
Clique nas imagens para ve-las em tamanho maior e entenda como tudo funciona.
Fonte: Jornal DiariodePE
Por Leticia Andrade
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