[2/2/2009 - 11:03]
Depois de um período de incertezas por causa da crise financeira mundial, a empresa norte-americana responsável pela fabricação do modelo decidiu iniciar os testes com cegos brasileiros em 2009.
No começo cinco pacientes da Escola Paulista de Medicina - da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - serão beneficiados com esta inovação, que já vem sendo testadas por diversos grupos de cientistas nos Estados Unidos. México, Suiça e Alemanha. A fabricante pretende, posteriormente, dobrar o número de participantes nos testes.
Com cursos nos EUA, o oftalmologista gaúcho Ricardo Freda (foto) conhece bem este modelo de visão artificial que será testado no País. "Depois que o paciente tem a prótese implantada, recebe um óculos com uma microcâmera adaptada para captar as imagens. Elas são levadas até um processador, do tamanho de um celular, que pode ser carregado na cintura. Dali, as informações visuais são levadas diretamente até o cérebro", detalha.
O médico explica no que consistem as próteses instaladas nos olhos. "São eletrodos capazes de emitir estímulos elétricos na via óptica. Eles são implantados na retina do paciente. Atualmente, o número varia de 16 a 60 eletrodos, com tamanho médio de cerca de quatro milímetros. Mas já existem estudos envolvendo a nanotecnologia para aumentar a quantidade até mil eletrodos", conta.
Entretanto, a possibilidade de enxergar novamente não deve beneficiar a todos os cegos, em um primeiro momento. O médico explica que esta nova tecnologia serve apenas a pacientes com retinose pigmentar ou degeneração da mácula. "Por enquanto, quem enfrenta problemas de visão causados pelo glaucoma ou sofre de retinopatia diabética ainda não pode ser beneficiado por este sistema de visão artificial", afirma Freda.
Fonte: Jornal do Comércio
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