
Eu não vejo nada demais, em apreciar belas crônicas repletas de fantasia e de uma maldade quase que inocente.
Você pode se perguntar o que eu quis dizer, ao me referir a uma maldade inocente. O que a principio parece um paradoxo, nada mais é, do que a face mística do mal, onde seres das trevas só saem a noite e podemos repeli-los e imobilizá-los com símbolos sacros.

Esse símbolo cruel de nossa realidade mostra que já findaram os tempos em que o nosso medo tinha a figura do papa figo, em que as crianças corriam para casa fugindo do velho do saco, hoje o medo se mostra na figura do pai, reencarna na presença do filho, não sabemos mais a quem temer ou em quem confiar.
Os críticos que me perdoem, mas o dia-a-dia se mostra mais mórbido do que qualquer conto, o jornal mais sanguinolento que os capítulos dos livros, que os seres das trevas mais cruéis, o que separa a folha de Pernambuco da entrevista com o vampiro é que UM DOS DOIS não passa de mera fantasia.