04 janeiro, 2011

Prefeituras discutem medidas para atenuar efeitos da estiagem no RS

Representantes de 21 municípios da região noroeste gaúcha se reuniram na tarde desta segunda-feira para discutir medidas imediatas para atenuar os efeitos da estiagem. Entre elas estão a suspensão das aulas e, consequentemente, do transporte de alunos para economizar dinheiro. Segundo o prefeito de Três Passos, Cleri Camilotti, o município gasta por dia até R$ 10 mil para levar água a 300 famílias na zona rural.

Em Erechim, o racionamento de água começou ao meio-dia. A cidade foi dividida em duas para rodízio de 14 horas no abastecimento. No total, 152 municípios gaúchos decretaram situação de emergência devido à estiagem até agora.

Seca pelo Estado

Confira como está a falta de abastecimento de água em cidades gaúchas

Passo Fundo - Com situação de emergência decretada, o município sofre com a falta de água no meio rural e com as perdas nas culturas de milho, soja e leite. A barragem Fazenda da Brigada Militar está três metros abaixo do nível e cai 5 centímetros por dia.

São Valentim - O município está sem água há 30 dias, e a população só recebe água 12 horas por dia. Ainda assim, para garantir o abastecimento a Corsan busca água no município vizinho de Erval Grande, com caminhões-pipa.

Floriano Peixoto - Os três poços que abasteciam a cidade estão sem vazão e um deles secou totalmente. As famílias enfrentam racionamento de água há 40 dias, e só recebem água durante quatro horas por dia.

Carazinho - Em situação de emergência, o município está sem água para abastecimento humano e animal no interior do município. As perdas na agricultura chegam a 50% em algumas culturas como milho e soja. A seca provocou perda total da safrinha de feijão.

Candiota - Cerca de 200 famílias estão com problemas de abastecimento de água na zona rural do município. A cada dois dias, um caminhão-pipa com 8 mil litros de água vai até as regiões que estão nessa situação para fazer a distribuição de água. Os assentamentos são os mais atingidos com a estiagem. O prefeito José Carlos Folador (PT) decretou situação de emergência na quarta-feira.

Aceguá - A prefeitura já cadastrou 62 famílias que estão com problemas de abastecimento na área rural do município. Semanalmente, um caminhão-pipa de 8 mil litros faz a distribuição nas zonas atingidas. A cada visita do veículo, o número de famílias sem água aumenta.

Bagé - Até a tarde de hoje, as barragens de Bagé seguiam em ritmo de queda no níveis de água. A Barragem da Sanga Rasa estava com 5m40cm abaixo do normal. A Piraí com 5m25cm abaixo. O Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb) ainda não fala em racionamento.

Barra do Quaraí - A cidade sofre com a falta de chuva desde outubro. Na zona rural, açudes e sangas secaram e a prefeitura está realizando abastecimento com caminhão-pipa. O caminhão do Corpo de Bombeiros também auxilia no abastecimento. A localidade mais afetada é Guterres, com 23 famílias. Plantações de abóbora e melancia foram prejudicadas. Em função das pastagens estarem secas, o gado de corte está perdendo peso.

Panambi - A prefeitura está distribuindo cerca de 80 mil litros de água potável para comunidades do interior afetadas pela seca. Em algumas propriedades, a estiagem também prejudica o acesso a água pelos animais. O município decretou emergência na quarta-feira.

Humaitá - Os açudes secos pelo interior do município obrigam a prefeitura a levar água em um caminhão-pipa. Também estão sendo abertos bebedouros para hidratação dos animais. Na localidade de Boa Esperança, falta água para consumo das famílias, que precisam recorrer a poços artesianos de vizinhos ou adquirir água em mercados. Um poço artesiano já perfurado deve ser ligado nos próximos dias para resolver o problema.

Tenente Portela - Cerca de 150 mil litros de água estão sendo entregues diariamente pela prefeitura a localidades do interior. No cadastro da Secretaria da Agricultura estão 150 famílias que necessitam de água para consumo humano e 120 que precisam para os animais. A água potável é levada em um tanque-pipa cedido pela Defesa Civil do Estado, um próprio da prefeitura e um caminhão de leite fretado. Um caminhão de transporte de dejetos de suínos está sendo usado para levar a água aos animais. A prefeitura já abriu 250 fontes e bebedouros e mais 350 pedidos aguardam disponibilidade das máquinas para serem realizados.

Tupanciretã - Cerca de 30 mil litros de água por dia estão sendo distribuídos a 750 famílias do interior. A situação mais grave é no assentamento São Domingos, onde 38 famílias estão sem água e um caminhão-pipa precisa encher a caixa de água da localidade. Uma retroescavadeira trabalha abrindo bebedouros para os animais nas propriedades. Até agora, foram feitas em torno de 300. A prefeitura tem projeto para construção de 10 poços artesianos nas próximas semanas.

Santo Antônio das Missões - Sem chuva forte desde dezembro do ano passado, começa a faltar água nos poços artesianos de diferentes comunidades no interior. Sem caminhões-pipa para levar água à população, muitas pessoas precisam percorrer longos trajetos atrás de água para consumo humano e animal. Algumas das localidades mais atingidas são Taquara Mansa, Rincão de São Pedro, Rincão da Chácara e Manoã.
Fonte: zerohora.com

Por Isabela Andrade

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