14 janeiro, 2011

Igreja Universal terá que pagar á Xuxa R$150 mil


A juíza Flávia de Almeida Viveiros de Castro, da 6ª Vara Cível da Barra da Tijuca, do Rio, condenou a Editora Gráfica Universal, da igreja do bispo Edir Macedo, a pagar a Xuxa Meneghel R$ 150 mil por associá-la ao satanismo. A Universal poderá recorrer da sentença e a apresentadora também, para pedir a fixação de um maior valor. Na petição inicial, ela solicitou compensação de R$ 3 milhões por danos morais.


Em sua edição 855, de 24 de agosto de 2008, a Folha Universal, de responsabilidade da editora da igreja, publicou um longo texto com base em afirmações de Josué Yrion, um folclórico pastor brasileiro radicado nos Estados Unidos, segundo as quais a apresentadora da TV Globo vendeu sua alma para o diabo por U$ 100 milhões (R$ 168 milhões) para obter sucesso.


Na capa, o jornal abriu uma foto de Xuxa sob o título “Pacto com o Mal?”, conforme reprodução acima. Em uma página interna, publicou a foto de um homem de costas representando o demônio, com o título “Contrato com o Diabo”.


Em um vídeo postado no Youtube (ver abaixo), e citado pela Folha Universal, Yrion diz coisas como a palavra Xuxa é composta por duas entidades do candombé (Exu e Orixa), que apresentadora doa sangue duas vezes por ano à Igreja do Satanás (em São Francisco, EUA) e que a boneca que leva o nome dela matou no Brasil uma menina.


A publicação da Igreja Universal ressaltou que “Yrion parece conhecer do que fala”.


Para reforçar o tal pacto com o diabo, ela recorreu a outro vídeo em que a apresentadora canta “Cãozinho Xuxo”, música que, tocada de trás para frente, seria uma invocação ao diabo. Legendas induzem a essa interpretação.


Ela cita outros exemplos – como o escritor Paulo Coelho – que também, segunda a publicação, se vendeu para o diabo em troca de fama e dinheiro.


Para a juíza Flávia, “reportagem” não contém um traço sequer de informação, mas sim de especulação, sem que Xuxa tenha sido ouvida para dar sua versão sobre os “fatos”. “Toda liberdade deve ser exercida com responsabilidade, o que a ré parece não saber, embora, ironicamente, seja gráfica de uma igreja”, afirmou a juíza na sentença.


Xuxa reclamou que sofreu danos morais porque a sua imagem pública foi atacada, o que ela não pode admitir principalmente porque o seu público é infantil.


Ao final do processo, de acordo com a sentença, a Folha Universal terá de publicar com destaque na capa que "Maria da Graça Xuxa Meneghel afirma que tem profunda fé em Deus e respeita todas as religiões".


Em sua defesa, a Editora Universal alegou que não cometeu nenhum abuso porque os fatos que mencionou já tinham sido divulgados por outros veículos.


A Folha Universal, "um jornal a serviço de Deus", é distribuída aos fiéis. Ela diz ter uma tiragem de mais de 2 milhões de exemplares.
Fonte: Paulopes Weblog


Por Alana Oliver

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