22 agosto, 2009

Bolt encerra show com ouro, mas sem recorde mundial no 4 x 100 m rasos

Com mais um ouro, mas sem o recorde mundial, o show de Usain Bolt foi encerrado da melhor forma no Campeonato Mundial de atletismo, em Berlim.
Neste sábado, ele compôs o revezamento 4 x 100 m rasos, que venceu com 37s31, ficando a 0s21 do recorde mundial da própria Jamaica, obtido na final das Olimpíadas de Pequim-2008.

O Brasil terminou apenas em sétimo.
Mesmo assim, o velocista consegue manter um incrível aproveitamento de 100% nas três finais olímpicas e mundiais que disputou nos últimos dois anos.
Ele tornou-se o primeiro a vencer os 100 m rasos, 200 m rasos e 4 x 100 m rasos nas Olimpíadas com recorde mundial nos três eventos, e foi o primeiro a bater dois recordes nas provas dos 100 m e 200 m em Mundiais na história.

No Mundial, o norte-americano Carl Lewis é o outro que havia vencido duas provas diferentes com recordes mundiais até então. Ele foi ouro e recordista nos 100 m e nos 4 x 100 m em Tóquio-1991.

Bolt também entrou para um clube raro no Mundial, já que apenas Tyson Gay havia vencido as três provas vencidas pelo jamaicano em uma mesma edição do evento ao ganhar em Osaka-2007. De quebra, o velocista ajudou a Jamaica a estabelecer um amargo revés aos EUA, que ficaram pela primeira vez sem vencer uma das três provas masculinas de velocidade do Mundial.

"Foi um grande Mundial. Fiz o meu melhor no torneio, não estava na mesma forma que estava em Pequim, mas saio feliz com três ouros e dois recordes mundiais", comentou Bolt, após a prova, que admitiu estar muito cansado.
"Estou morto", brincou com os jornalistas.

O velocista de 23 anos foi o grande nome do evento em Berlim, sendo a grande estrela em propagandas, impulsionando a venda de bandeiras de seu país e levando a uma forte campanha de marketing de sua patrocinadora de materiais esportivos pela cidade, com espaços para corridas de crianças e até vários "quadriciclos" que transportavam turistas pelo centro de Berlim.

Na pista, ele fez valer cada ação marqueteira. No último domingo, o jamaicano obteve o ouro nos 100 m rasos, superando Tyson Gay e ainda quebrando o recorde mundial com 9s58, 0s11 mais veloz que a marca anterior.
A mesma margem (0s11) também deu o novo recorde dos 200 m rasos a Bolt na quinta-feira, quando ele fez o percurso em 19s19.
Nas eliminatórias do 4 x 100 m rasos, ele ganhou um descanso, assim como Asafa Powell, mas na final os dois entraram com tudo.
Após ter problemas para ficar na frente nos primeiros 100 m, com Steve Mullings, a Jamaica assumiu a liderança na segunda metade após boa passagem de Michael Frater.

Em seguida foi a vez de Bolt disparar na frente e deixar o país perto do ouro, que veio nos 100 m finais com o sprint de Powell. A
equipe de Trinidad & Tobago até tentou lutar pelo ouro, mas ficou com a prata com o tempo de 37s62, enquanto o pódio foi completado pela Grã-Bretanha, com 38s02.
Já o Brasil terminou na sétima colocação da final, com 38s52.

Está encerrado assim o espetáculo do jamaicano, que chegou ao Mundial falando que queria "virar uma lenda" e, pelo menos, para boa parte do público que lotou o estádio Olímpico neste sábado ele já alcançou o objetivo. A Alemanha sentirá saudades do "Insane Bolt".

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